Em janeiro, gravei o curta-metragem Elefante (em fase de edição). A direção e o roteiro original são de Jota Mombaça e a captação de imagens de Rodrigo Sena. Foi o meu primeiro trabalho com o audiovisual e já fortemente experimental. A começar pelo roteiro. Jota escreveu o primeiro, que passou para as minhas mãos. A proposta era a de que eu o reescrevesse, acrescentando minhas próprias ideias e referências.
Nosso processo de criação teve algumas vivências, na Praça Cívica da UFRN e no Record's Motel, também local de gravação.
Não dá pra explicar sobre o que é Elefante. Eu posso dizer o que significa para mim. Eu acho que é um filme sobre apatia, impotência, silêncio. Talvez, principalmente silêncio porque, de alguma forma, a ideia do silêncio me toca.
Uma das coisas mais legais de ter feito esse filme foi que, logo no começo, eu disse que que queria dançar. Daí a gente tentou construir esse movimento de agonia. Um movimento que era, na verdade, uma paralisia. Eu tive uma série de oportunidades, nas vivências, nas gravações, de procurar essa dança em mim. Foi uma forma de conhecer melhor essas partes transparentes (transparentes porque elas estão bem diantes de nós, mas não vemos) que eu posso extrair do meu corpo.