"Claridade" (e algumas outras fotos que eu fiz) vem pra suprir uma necessidade de auto-retratos e de experimentar na linguagem que eu sempre percebi nas minhas fotógrafas preferidas: delicadeza, corpo, suavidade, impacto. Acho que tenho mais um tempo nisso antes de evoluir para outra coisa.
Clique na foto para ver o ensaio completo no Flickr:
"Durante toda a minha vida, tive dificuldade em me sentir real.
Até pouco tempo atrás, eu não sabia como este sentimento é absolutamente universal. Por muitos anos, eu achei que era a única. Os psicólogos tem um termo para isso: síndrome do impostor. Mas, antes de conhecer esta expressão, cunhei uma: A Patrulha da Fraude.
A Patrulha da Fraude são as forças imaginárias e aterrorizantes dos adultos 'reais' que você acredita - em algum nível subconsciente - que virão bater na sua porta no meio da noite para dizer:
Estamos de olho e temos provas de que você não tem A MENOR IDEIA DO QUE ESTÁ FAZENDO. Você é acusada do crime de dar um jeitinho, culpada de só inventar merda, e na verdade você nem merece seu emprego, vamos levar tudo embora e CONTAR PRA TODO MUNDO.
(...)
Quem trabalha com arte luta diariamente contra A Patrulha da Fraude, pois nosso trabalho é em grande parte novo e escapa a categorias prontas ou convencionais. Quando se é artista, ninguem te diz como ou bate com a varinha mágica da legitimidade. É você que bate na sua própria cabeça com uma varinha que você mesmo fez. E se sente um idiota ao fazer isso.
Não existe o 'caminho certo' para se tornar um artista. Você pode achar que vai ganhar legitimidade se fizer um curso de artes, se for publicado, se for contratado por uma gravadora. Mas, tudo isso é conversa mole e só está na sua cabeça. Você é artista quando diz que é. E é um bom artista quando faz outra pessoa sentir algo profundo ou inesperado".