Foto: Richardson Sant'Anna |
Me sentar em um local visível com uma cadeira vazia ao lado, ter nas mãos uma caixa com confissões, esperar as pessoas chegarem uma a uma, ler os papeis para elas.
Esperar, chamar a primeira pessoa com um sinal com a mão, olhar as pessoas passarem, muitas, sem se ater a mim. Tentar interagir, tentar estar presente, minha mente foge, eu me canso. Me cansei rápido, rápido para uma performance, 1 hora e meia, foi um bom jeito de recomeçar. Ter dúvidas, como sempre. Me sentir estranha, chorar quando uma determinada pessoa se aproximou, entender porque eu fazia aquilo quando a primeira pessoa se identificou. 'Parece que você está falando de mim e não de você'. É porque nós somos todos parecidos. Eu queria ir embora e queria ficar. Se eu estou perdida, o vento pode me levar pra qualquer lugar. E em qualquer lugar, eu estarei observando.
Ação recortada da performance Retratos. Antes, eu lia para um grupo, agora para cada pessoa individualmente. Um ato simples demais, contar algo para alguém. Sempre me rende algo bom, alguma coisa que alguém me diz e fica na minha cabeça. Por tempos... Não parece lógico o que vai me 'pegar', o que vai ficar. Eu lembro da primeira vez: 'Eu tenho muita dificuldade de me livrar do estigma de louca'. Isso me emocionou. E, desta vez, uma amiga e um menino, de uns 16 anos, tão sinceramente interessado me perguntando "Por que?". Eu tentei explicar.
"Quando eu me apaixono, eu não sei se é a outra pessoa ou só minha própria fragilidade".
(Essa foi a única que eu deixei levarem)
Foto: Richardson Sant'Anna |
Foto: Yuri Kotke |
Intervenção Confesso
11/11/2012
Beco da Quarentena (Teatro Ruína)
Circuito Cultural Ribeira
Ribeira
Natal/RN
Intervenção selecionada pelo edital de ocupação do Circuito Cultural Ribeira.
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