Foto: Rodrigo Sena |
Foi um ponto forte de mudança na pesquisa. Com Abuse(me) e a instalação, eu estava direcionada para o limiar entre o prazer sexual e a violência, passando pela fragilidade inerente à infância. A partir de então, eu passei a trabalhar mais fortemente com a memória e com as marcas deixadas no meu corpo pela época das descobertas sexuais.
Esse trabalho é dividido em três fragmentos:
1º Fragmento - Ainda é a mesma?
Foto: Rodrigo Sena |
Antes de realizá-lo, tive muito medo de não conseguir criar uma conexão, mas estava redondamente enganada. O contato foi incrível. O mais incrível em todos os trabalhos que eu fiz. Penso que talvez seja isso que mais me interessa na performance, esse momento de conexão intensa com o outro.
2º Fragmento - Auto-reconhecimento
Desenvolvi algumas ações em frente ao espelho, baseadas em seis fotos. Entre elas, a que eu mais gosto (ao lado). Em cada uma, eu tentava me reconhecer na criança retratada.
3º Fragmento - A dança da infância
Dançar é uma ação que sexualiza bastante meu corpo. Não tenho nenhum formação na área, afora um ano de aulas de dança contemporânea que eu troquei pelo meu amado kung fu e não estou pensando em voltar atrás. Apesar da falta de técnica, dançar é muito importante pra mim e eu sempre penso por que negar isso? Por isso, chamo essa coreografia (que nasceu de um exercício proposto pelo Yuri) de dança, mas essa é uma pesquisa na qual eu preciso me aprofundar.
O ursinho eu ganhei quando era criança. Ele estava trancado no armário, tirei de lá meses antes de me apresentar e deixei essa presença fazer efeito em mim. Fez toda diferença.
P.S.: A captação dos dois primeiros vídeos é de Luara Shamó. A do terceiro é de Yuri Kotke.
3 comentários:
Ramiroca...vi e amei...bom sber que existem artistas que se embebedam de arte e a transpõe em delicadeza e poesia...Viana
sou fã do Trevor Brown e te encontrei hoje no blog dele. Adorei o seu trabalho e quero conhecer mais.
Parabéns
Parabéns
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