Foi para esse título que o próprio Trevor Brown traduziu o nome da minha instalação e fez um comentário em seu blog. Nem preciso dizer que fiquei extremamente feliz, lisonjeada e, ligeiramente, histérica. Mentira! Eu fiquei muito histérica. Aqui
Eu costumo dizer que a internet salvou minha vida. E é verdade. Seja isso bom ou ruim, boa parte das minhas referências artísticas são de coisas que eu pude ver na rede. O que podia fazer uma garota inquieta e enfadada de morar em uma cidade pequena? Muita coisa, eu sei. Os caminhos podiam ser muitos. Mas, o meu caminho foi pesquisar coisas distantes de mim porque, em determinado momento, não havia nada por perto com o qual eu me identificasse.
E foi assim com o Trevor. Eu vi em algum lugar, procurei no Google, passei dias pesquisando, colei a imagem de uma garota amputada no mural do meu quarto e pensei que não há nada de errado com o que nós somos, seja o que for.
Mais tarde, como eu já disse aqui, as imagens viraram referência de pesquisa no "O que está aqui está em todo lugar". Porque era aquilo que traduzia exatamente o que eu sentia e queria dizer. E se ele expôs, por que eu não?
Por isso, eu digo que a internet salvou minha vida. E em parte é verdade. Eu sou uma filha legítima de uma geração em que o local não é, necessarimente, o fator preponderante na construção das referências (seja isso bom ou ruim, mais uma vez).
O post dele abaixo. *.*
an art project/installation by ramilla souza in brazil - each envelope containing a confessional phrase related to her life (childhood/sexuality/abuse), illustrated by trevor brown images (i spy a couple there which aren’t by me actually, but nevernind) - pictures used with permission, i just asked reassurance they were being used “positively”
Traduzindo...
Um projeto de arte/instalação de Ramilla Souza, no Brasil - Cada envelope contem uma frase confessional relacionada a sua vida (infância/sexualidade/abuso), ilustradas por imagens de Trevor Brown (eu vi que duas delas não são minhas, na verdade, mas não importa) - as imagens foram usadas com permissão, eu só perguntei se eles o fariam "positivamente"
Alguém comentou que a instalação lembrava os omikujis japoneses, que são papeizinhos com uma benção (boa ou ruim) para quem os tira. Eles ficam em alguns templos do Japão. Eu fiquei pensando que, para quem vê a instalação, cada frase é meio como tirar a sorte mesmo. Você não sabe se aquilo vai ser exatamente o que faz eco em você. Achei interessante essa ideia.
Outro cara (não sei se é brasileiro ou não) se surpreendeu pelo fato de eu não ser nem do Rio nem de São Paulo. Nas palavras dele, eu sou do "muito distante (e ainda mais isolado) estado do Rio Grande do Norte, que não é conhecido por grandes manifestações artísticas de vanguarda". Ganhei meu dia com essa.
2 comentários:
Ramilla é um gênio e eu posso provar.
Esses são os seus valores?
Postar um comentário